segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PAI, LEMBRANÇAS E SAUDADES



Meu velho amigo de todas as horas
Como tu eras forte e cheio de esperança
Mas a minha ingênua ignorância não aceitava
Suas regras rígidas de punições severas
Rude e bruto como pedra
Suas atitudes eram sempre corretas
Porem, eu não compreendia suas preocupações de pai
Até o dia em que lacraram seus restos mortais
Só então pude compreender o quanto era valiosa
As suas razões para o processo evolutivo de minha formação.
Neste momento meus olhos lacrimejam, foge-me os vocábulos.
Lembranças do passado toma-me por inteiro
Materializando meus pensamentos numa imagem fluídica
De meu pai, único e verdadeiro companheiro
Foram momentos indescritíveis de felicidade
Que só a espiritualidade pode nos oferecer.
Quantas saudades, anos se passaram
Meus cabelos branquearam-se deixando-me igualmente a você
Agora posso compreender suas atitudes,
Enxergar qualidades e virtudes, entender erros e defeitos.
Assim foi fácil perceber que você queria-me do seu jeito.
Por tudo, eu quero agradecer-lhe em prece,
Pela palavras bruscas que invadiam meu ser,
Elas serviram-me de advertências.
Pelos gestos firmes e fortes que amedrontavam-me,
Elas continham respeito e cordialidade.
Pelas palmadas que arderam na minha carne e no meu coração,
Elas fizeram-me homem e cidadão.
Por todo amor que sempre recebi e por toda minha ingratidão,
Venho humildemente te pedir perdão.
Porque jamais poderia compreender
Que tais atitudes seriam simplesmente para me proteger.
Obrigado meu pai, querido carpinteiro
Meu eterno amigo e fiel companheiro.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

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