terça-feira, 25 de janeiro de 2011

CÁRCERE HOSPITALAR



Quanto mais envelheço, mais meu corpo arde
e minha alma chora os erros do passado.
As dores insuportáveis das enfermidades
rasga-me a carne e joga-me num cárcere hospitalar.
Este mal incurável que me abate é o prenúncio da morte lenta
que invade todo meu ser deste terrível sofrimento.
O remorso, arredio dos meus sentimentos, agora consume minha mente
Impondo-me um amanhã de incerteza.
Quando saudável, o prazer de mostrar-me arrogante diante dos pobres,
massageava meu ego e enchia-me de vaidade.
Hoje, devorado pelas enfermidades, sinto-me rejeitado, imprestável,
um ser inútil e desprezível. Meus sentimentos torpes e fúteis,
eram satisfações dos meus desejos e realizações de minhas loucuras.
Agora, as lembranças do passado
esmaga meu espírito com a tortura dos culpados
E a certeza das lágrimas que chorarei por toda eternidade.

José Augusto Cavalcante

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