sábado, 4 de dezembro de 2010

VIDA HUMILHANTE



Certa vez,
Olhando verdadeiramente para um homem, chorei
Ao vê-lo mendigando naquelas ruas
Que na infância foram palcos das alegrias suas
Hoje caminhos humilhantes dos sacrifícios seus
Meu Deus,
Eu não posso aceitar este descaso
Se para sobreviver precisa pedir esmola
De porta em porta seus lábios imploram
Enquanto seu corpo chora na essência de seu ser
Oh Deus,
Fazei com que todos compreendam o direito a vida
Que a diferença entre pobres e ricos
Seja apenas a riqueza do jazigo
Para o corpo igualmente apodrecer

José Augusto Cavalcante

2 comentários:

  1. Lembrei do poeta Manuel Bandeira e do seu poema que trata de um homem em situações parecidas a este( o bicho).A minha alma sentiu arrepio:saber que existem pessoas em tais condições é mesmo de doer.Mas, esse "bicho,meu Deus... É o homem".Um ser que só os olhos de um grande poeta,falando agora no José Augusto, que empresta seus sentimentos ao eu poético é que consegue captar o grande sofrimento, a dor, o sacrifício e o abandono.
    Deus, ouve-nos!!!!!

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  2. Manuel Bandeira abordou o mesmo tema, com tamanha veracidade e emoção quanto a sua, gostei muito... Parabéns!

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